Professores, esportistas, e cantores estão no grupo que precisa de cuidados
Quem passou pela av. 31 de Março ou pelo terminal de ônibus recebeu folheto com importantes informações - Por: FÁBIO ROGÉRIO
Aticidade de rua dos alunos da Apae de
Votorantim encerrou projeto que também marcou o Dia Mundial da Voz,
comemorado ontem - Por: FÁBIO ROGÉRIO
Estima-se que, atualmente, 60% das pessoas, de toda e qualquer idade, sofram de alguma disfunção na voz em todo o mundo. Os grupos mais prejudicados, segundo a fonoaudióloga Ana Paula Romera Raggio Lia, são aqueles que contam com professores, profissionais dos esportes e da educação física, cantores e outras profissões que têm na fala o seu principal atributo. "Muitas crianças também são vítimas das doenças da voz, porque estão sempre gritando", lembra a especialista.
A frequência com que tais problemas acometem a população fez com que vinte alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Votorantim saíssem às ruas ontem, quando comemorou-se a edição anual do Dia Mundial da Voz, para lembrar a data e distribuir panfletos informativos sobre os cuidados com a voz em toda a extensão da avenida 31 de Março, nas dependências do Terminal de Ônibus Urbano e na Prefeitura de Votorantim.
Os estudantes, em sua maioria crianças e adolescentes, se revezaram entre as 9h e as 17h, conscientizando os próprios colegas e as pessoas que passavam pela via sobre a importância de manter sua voz saudável. Foram distribuídos cerca de dois mil panfletos e kits contendo uma maçã e um copo de água. A ação nas ruas marcou a conclusão de um projeto sobre o tema, que vem sendo realizado há duas semanas envolvendo todos os 150 alunos da comunidade da Apae. "Nós já fizemos algumas atividades sobre cuidados vocais e higiene bucal em classe, mas esta campanha é a primeira que realizamos", explica Ana Paula.
A maior parte das alterações na voz são causadas por doenças como laringites, lesões benignas nas cordas vocais, como nódulos, fendas, polipos e quistos; refluxo gastro-esofágico e faringo-laríngeo, utilização incorreta da voz, paralisia das cordas vocais e cancro da laringe, além de edemas decorrentes do excesso de cigarro. "As cinzas podem queimar a mucosa da laringe com facilidade", destaca a fonoaudióloga.
As enfermidades começam, de acordo com ela, com rouquidões e, muitas vezes, o paciente já está praticamente sem voz quando procura ajuda. Por isso, em caso de rouquidão por mais de três dias seguidos, é recomendado procurar um médico otorrinolaringologista ou consultar um fonoaudiólogo. Em seguida, serão realizados uma avaliação médica e exames clínicos para detectar a causa do problema e tratá-la de forma adequada. "Os tratamentos variam de acordo com a situação do doente", explica Ana Paula.
Uma maçã por dia
Para prevenir eventuais disfunções na voz, as orientações são simples. Basta evitar os cigarros, bebida alcoólica, os gritos e os pigarreios. "As pessoas têm a impressão de que estão limpando a garganta quando pigarreiam, mas não é verdade", adverte. As pessoas também devem comer uma maçã por dia e beber bastante água: de sete a oito copos cheios, diariamente. A maçã, ressalta a especialista, é a única fruta que possui propriedades adstringentes que atuam na limpeza da mucosa da garganta, enquanto a água é responsável por hidratar as pregas vocais.
Com o desenvolvimento do projeto, a pequena Emilly dos Santos, uma das participantes, garantiu muitos aprendizados. "Aprendi a comer maçã e beber água o tempo todo", conta a menina, de apenas 9 anos. Quanto a falar e gritar sem parar, Emilly diz que não tem o costume: os funcionários da associação, no entanto, discordam. "Também não podemos fumar e nem beber", ensina o aluno Jefferson Mendes Pereira, de 25 anos.


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