sábado, 27 de abril de 2013

Operação Malibu: Ambulância do SAMU era usava para tráfico em Votorantim

 Ipanema online
Jomar Bellin




Um socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) utilizava uma das ambulâncias para entregar droga em Votorantim. Ele é um dos presos na Operação Malibu, deflagrada pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Sorocaba. As investigações tiveram como resultado a prisão de 10 envolvidos. A DISE divulgou detalhes durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (26).
Após denúncias, o funcionário do Samu, Júlio Marcos Popts foi o primeiro a ser descoberto pelos policiais. Os mandados de prisões temporárias começaram a ser realizados na última segunda-feira (22) e se estenderam até esta sexta-feira, quando uma mulher foi presa. No total, oito homens, duas mulheres e um adolescente foram detidos em Sorocaba, Votorantim, Limeira e em duas cidades do Mato Grosso do Sul: Dourados e Ponta Porã. Seis integrantes foram identificados e continuam foragidos. A quadrilha acumula as acusações de  tráfico interestadual de drogas, associação para o tráfico e comércio elegal de armas e munições de uso restrito.
O grupo era comandado por Popts e movimentava cerca de 50 quilos de maconha e cocaína por semana. Ele fazia viagens até o Mato Grosso do Sul, onde comprava a droga e, com a ajuda de outros integrantes, trazia a droga para ser distribuída em Sorocaba e região. Parte da droga também era vendida na cidade de Limeira.
Em Ponta Porã foram apreendidos aproximadamente 5,5 kg de maconha e 1,5 kg de pasta base de cocaína. Já em Sorocaba, Votorantim e Limeira, os policiais encontraram 200 gramas de pasta base de cocaína, 94 microtubos com cocaína, 54 pedras de crack, centenas de frasconetes vazios, além de material para preparo e embalo dos entorpecentes, extratos bancários, armamento e dinheiro. “A droga não era distribuída de uma vez só para que a polícia não conseguisse apreender tudo de uma vez só”, explica o titular da Dise, Alexandre Cassola.
Ele afirma que o nível de organização da quadrilha surpreendeu os investigadores. O grupo era comando por Popts, junto com Marcos Antônio Rodrigues, vulgo “Dig”, e Leonardo Augusto Rosa, conhecido como Neguinho, que atuavam como uma espécie de “gerentes”, sendo responsáveis pela administração geral (distribuição de drogas e arrecadação dos frutos) dos pontos de venda (biqueiras) mantidos pela associação investigada. Eles foram flagrados em diversas conversas telefônicas negociando, além do entorpecente, armas de fogo e munições de calibre restrito das forças policiais.
A quadrilha tinha, inclusive, responsáveis pelo gerenciamento do dinheiro arrecadado com a venda dos entorpecentes. A polícia faz um levantamento nos extratos bancários do grupo para contabilizar a movimentação financeira do bando. Numa mesma conta, vários depósitos e saques eram realizados todos os dias.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 7), Júlio Gustavo Vieira Guebert ,destacou que apesar de a quantidade de droga ser aparentemente pequena, a orientação passada para a Dise é de que desarticule grandes quadrilhas e não faça grandes apreensões. “O nosso trabalho não pode ser medido com a quantidade de droga apreendida”. Já Marcelo Carriel, titular da Delegacia Seccional de Sorocaba, classificou a operação  como um “grande golpe no crime organizado de drogas” na cidade. O também delegado da DISE, Basílio César Cassar, destacou que o Samu de Votorantim não possui relação com a quadrilha. “Ele utilizava a ambulância sem autorização”.
 
Cada integrante tinha uma função definida no esquema:
JÚLIO MARCOS POPTS e MARCOS ANTÔNIO RODRIGUES (Dig) – líderes;
LEONARDO AUGUSTO ROSA (Neguinho) – gerente geral; responsável pela distribuição da droga e arrecadação do dinheiro;
IVO GOMES RIBEIRO JÚNIOR (Ivon), EDSON APARECIDO ADÃO (Edsinho) e o adolescente A.H.C. (Tuto) - administradores dos pontos de venda (biqueiras);
RAFAEL DA SILVA BURIGUEL e ROBSON HENRIQUE DE SOUZA FORTE (Tcheco) - transporte (“mulas”) do entorpecente adquirido no Estado do Mato Grosso do Sul para Sorocaba e Votorantim;
DELNI DE SOUZA FORTE MEDEIROS (mãe de Tcheco) – distribuição da droga comprada de Júlio;
JORGE CAMILO MARTINS – dono de uma chácara situada no bairro Caputera, utilizada pela quadrilha para o armazenamento de parte do entorpecente;
MARCELO SOARES FRANCO - fornecedor de arma de fogo e munições, inclusive de calibres restrito;
CINDY MORIEL DE OLIVEIRA - responsável por movimentar contas bancárias onde eram realizados depósitos e saques de valores aferidos com o tráfico;
ACHILES GONÇALVES BRAZ, FÁBIO HENRIQUE VICENTE FIRMINO e JOSÉ CARLOS DA ROCHA -  fornecedores de grande parte do entorpecente comercializados pelo grupo. A droga vinha dos municípios de Ponta Porã e Dourados ambas no Estado do Mato Grosso do Sul.

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