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Jomar Bellin
Um socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
utilizava uma das ambulâncias para entregar droga em Votorantim. Ele é
um dos presos na Operação Malibu, deflagrada pela Delegacia de
Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Sorocaba. As investigações
tiveram como resultado a prisão de 10 envolvidos. A DISE divulgou
detalhes durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (26).
Após denúncias, o funcionário do Samu, Júlio Marcos Popts foi o
primeiro a ser descoberto pelos policiais. Os mandados de prisões
temporárias começaram a ser realizados na última segunda-feira (22) e se
estenderam até esta sexta-feira, quando uma mulher foi presa. No total,
oito homens, duas mulheres e um adolescente foram detidos em Sorocaba,
Votorantim, Limeira e em duas cidades do Mato Grosso do Sul: Dourados e
Ponta Porã. Seis integrantes foram identificados e continuam
foragidos. A quadrilha acumula as acusações de tráfico interestadual de
drogas, associação para o tráfico e comércio elegal de armas e munições
de uso restrito.
O grupo era comandado por Popts e movimentava cerca de 50 quilos de
maconha e cocaína por semana. Ele fazia viagens até o Mato Grosso do
Sul, onde comprava a droga e, com a ajuda de outros integrantes, trazia a
droga para ser distribuída em Sorocaba e região. Parte da droga também
era vendida na cidade de Limeira.
Em Ponta Porã foram apreendidos aproximadamente 5,5 kg de maconha e
1,5 kg de pasta base de cocaína. Já em Sorocaba, Votorantim e Limeira,
os policiais encontraram 200 gramas de pasta base de cocaína, 94
microtubos com cocaína, 54 pedras de crack, centenas de frasconetes
vazios, além de material para preparo e embalo dos entorpecentes,
extratos bancários, armamento e dinheiro. “A droga não era distribuída
de uma vez só para que a polícia não conseguisse apreender tudo de uma
vez só”, explica o titular da Dise, Alexandre Cassola.
Ele afirma que o nível de organização da quadrilha surpreendeu os
investigadores. O grupo era comando por Popts, junto com Marcos Antônio
Rodrigues, vulgo “Dig”, e Leonardo Augusto Rosa, conhecido como
Neguinho, que atuavam como uma espécie de “gerentes”, sendo responsáveis
pela administração geral (distribuição de drogas e arrecadação dos
frutos) dos pontos de venda (biqueiras) mantidos pela associação
investigada. Eles foram flagrados em diversas conversas telefônicas
negociando, além do entorpecente, armas de fogo e munições de calibre
restrito das forças policiais.
A quadrilha tinha, inclusive, responsáveis pelo gerenciamento do
dinheiro arrecadado com a venda dos entorpecentes. A polícia faz um
levantamento nos extratos bancários do grupo para contabilizar a
movimentação financeira do bando. Numa mesma conta, vários depósitos e
saques eram realizados todos os dias.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior
(Deinter 7), Júlio Gustavo Vieira Guebert ,destacou que apesar de a
quantidade de droga ser aparentemente pequena, a orientação passada para
a Dise é de que desarticule grandes quadrilhas e não faça grandes
apreensões. “O nosso trabalho não pode ser medido com a quantidade de
droga apreendida”. Já Marcelo Carriel, titular da Delegacia Seccional de
Sorocaba, classificou a operação como um “grande golpe no crime
organizado de drogas” na cidade. O também delegado da DISE, Basílio
César Cassar, destacou que o Samu de Votorantim não possui relação com a
quadrilha. “Ele utilizava a ambulância sem autorização”.
Cada integrante tinha uma função definida no esquema:
JÚLIO MARCOS POPTS e MARCOS ANTÔNIO RODRIGUES (Dig) – líderes;
LEONARDO AUGUSTO ROSA (Neguinho) – gerente geral; responsável pela distribuição da droga e arrecadação do dinheiro;
IVO GOMES RIBEIRO JÚNIOR (Ivon), EDSON APARECIDO ADÃO (Edsinho) e o
adolescente A.H.C. (Tuto) - administradores dos pontos de venda
(biqueiras);
RAFAEL DA SILVA BURIGUEL e ROBSON HENRIQUE DE SOUZA FORTE (Tcheco) -
transporte (“mulas”) do entorpecente adquirido no Estado do Mato Grosso
do Sul para Sorocaba e Votorantim;
DELNI DE SOUZA FORTE MEDEIROS (mãe de Tcheco) – distribuição da droga comprada de Júlio;
JORGE CAMILO MARTINS – dono de uma chácara situada no bairro
Caputera, utilizada pela quadrilha para o armazenamento de parte do
entorpecente;
MARCELO SOARES FRANCO - fornecedor de arma de fogo e munições, inclusive de calibres restrito;
CINDY MORIEL DE OLIVEIRA - responsável por movimentar contas
bancárias onde eram realizados depósitos e saques de valores aferidos
com o tráfico;
ACHILES GONÇALVES BRAZ, FÁBIO HENRIQUE VICENTE FIRMINO e JOSÉ CARLOS
DA ROCHA - fornecedores de grande parte do entorpecente comercializados
pelo grupo. A droga vinha dos municípios de Ponta Porã e Dourados ambas
no Estado do Mato Grosso do Sul.


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