Notícia publicada na edição de 30/06/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno E
Sorocaba e Votorantim já trabalham ações voltadas a atender à demanda
da primeira infância, aplicando aos seus educadores cursos de
capacitação e aprimoramento. Esse, conforme os governos dos municípios,
foi o primeiro passo dado para se adaptar à nova realidade pedagógica.
As duas cidades tentam, dentro do possível, equacionar o problema gerado
pela falta de vagas em creches, ainda que cientes de que o déficit (ou
demanda reprimida, como preferem as secretárias Dulcina Guimarães Rolim,
de Sorocaba, e Isabel Cristina Dias de Moraes Cardoso, de Votorantim)
não é o fator determinante para a melhora do nível de formação das
crianças que serão atendidas.
Ouvidas pela reportagem, as titulares das Pastas, e também a
primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Sorocaba,
Maria Inês Moron Pannunzio, disseram que teoria e prática, neste caso,
são muito diferentes. A busca pelo melhor, comentaram, é "perseguida com
insistência", mas nem sempre os resultados obtidos correspondem às
expectativas. Votorantim, por exemplo, tem uma fila de espera de 400
crianças; em Sorocaba, esse número é de aproximadamente 1,7 mil, quatro
vezes mais, portanto.
Acomodar essa clientela é uma das muitas providências que as gestões
devem executar, até porque, legalmente são obrigadas. O não cumprimento
da regra implica em responsabilização de ordem criminal, dependendo da
gravidade do quadro. Da mesma forma, treinar pessoal é tarefa que
demanda mais do que o aprendizado. "Há uma diferença muito acentuada
entre gostar e cuidar de crianças", diz a secretária da Educação de
Votorantim, Isabel Cardoso.
A mudança de postura e o funcionamento de um novo modelo exigirão
mais dos governos, concordam as secretárias de Educação. As preocupações
no que se refere ao atendimento da primeira infância estão focadas no
imediatismo. O que se busca, entretanto, só poderá ser alcançado a médio
e longo prazo. Dulcina e Maria Inês entendem que "creche é um espaço
educativo e um direito das crianças". "Quase sempre, ouvimos reclamações
de mães dizendo que, em razão da falta de vagas, não poderão trabalhar.
A questão é que esse é um direito da criança, que não limita nem
interfere na ocupação das pessoas".
Isabel Cardoso emenda e diz que a família tem participação
fundamental nesse processo. "É preciso entender que ficar com os filhos é
mais do que um dever; é um direito. Só a mãe é capaz de transmitir a
afetividade e a segurança de que o filho precisa. A escola desempenha
função complementar. Por isso, temos de debater muito e ir atrás de
alternativas que contemplem esse formato tão esperado. A primeira
infância receberá, sem dúvida, toda a atenção, mas teremos de resolver
os gargalos estruturais que nos desafiam". O tema será discutido num
fórum programado para o segundo semestre em Sorocaba, de acordo com
informação prestada durante reunião mantida, na quarta-feira, na
Prefeitura de Sorocaba, entre a primeira-dama Maria Inês Moron
Pannunzio, a secretária Dulcina Guimarães Rolim e vereadores. (J.A.R.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.