Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz
O
prefeito Erinaldo Alves da Silva (PSDB) respondeu, em entrevista à
Folha de Votorantim, em seu gabinete, as cinco questões da reforma
política, propostas pela presidente Dilma Rousseff (PT), depois das
manifestações populares espalhadas pelo País.
O primeiro é quanto ao financiamento de campanha. Há três opções: misto
(como é atualmente); público; e privado. Das alternativas, o tucano
prefere a pública, pois há um controle maior do que está sendo gasto
pelos postulantes a um dos cargos públicos por meio de eleição. “O
candidato que firma acordo com determinada empresa pode gastar muito
mais com sua campanha eleitoral que um sem verba. É desigual”, explica.
De acordo com a opção pública, “as pessoas físicas poderão dar dinheiro a
partidos ou políticos, desde que respeitado um limite”.
Já na questão do sistema eleitoral, a questão fica mais complexa, pois
são sete alternativas: proporcional (como é atualmente); proporcional
com lista fechada (o voto é no partido, que organiza uma listagem. O
vencedor é definido pela ordem na relação); proporcional com lista
flexível (o partido monta uma lista com candidatos, mas o eleitor também
pode escolher um nome. Os votos da legenda vão para o político que
encabeçar a lista); distrital (os estados e as cidades são divididos em
distritos, que escolhem seu representante por maioria); distritão (são
eleitos os candidatos mais votados); distrital misto (combinação do
distrital com o proporcional, podendo ser esta segunda parte eleita ou
em lista aberta ou em lista fechada); e dois turnos (primeiro o eleitor
define quantas cadeiras cada partido terá e depois escolhe o nome).
De todos, o prefeito votorantinense prefere o distrital, a mesma
preferência do prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB),
que, ao ser questionado no ano passado pós-eleição pela Folha, já se
mostrava favorável a este modelo. “O eleitor vota no candidato da sua
região, que fica mais próximo à sua residência, e que conhece os
problemas do local”, esclarece Erinaldo.
Referente à suplência do Senador, o tucano diz que é necessário ter um
suplente, pois, em alguns casos, ocorre afastamento do titular do cargo.
Nas opções do possível plebiscito estão: senador e dois suplentes (como
é hoje); senador e um suplente; e fim dos suplentes. “Deveria ser como é
nos cargos de Executivo. O eleitor ao votar conhece, além do candidato,
o vice. No caso do Senado, o suplente.”
O quarto questionamento é em relação às coligações partidárias.
Erinaldo, nessa questão, respondeu que é favorável pela união entre
legendas, porém, que haja um comprometimento, disciplina e ligação entre
os envolvidos durante o pleito e, em caso de vitória, também no
processo de administração. Ele também disse que, em alguns casos,
coligar com outras siglas fortalece o grupo e, em outros, desfortalece.
Confira as alternativas para esta questão: permitido que os partidos
façam coligações (como é hoje); proibição da união entre siglas;
federações partidárias com tempo definido (os partidos poderão se juntar
desde que cumprido um tempo mínimo).
O último do plebiscito é o voto secreto no Senado. “Você como eleitor
vota em um candidato e, no momento de ser representado, o político
esconde a sua posição?”, questiona Erinaldo. “Se é para representar, a
comunidade precisa ficar ciente do que seu candidato respondeu no
Congresso”, completa. Atualmente, as votações – como perda de mandato e
eleição de Mesa Diretora no Congresso – são feitas de maneira secreta.
E quanto à visão ideológica política, Erinaldo se diz centrista. “Estou,
aqui, para ajudar a comunidade. Se é para defender o povo, eu vou. Se é
para atender as empresas, eu vou”, explica o tucano. Pannunzio, em
entrevista no ano passado, disse ser socialdemocrata, visão que está
alinhada a centro-esquerda.
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