José da Cruz
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Domingo
de Páscoa de 2014 ainda está longe, para ver o envio das Bandeiras
vermelhas que passeiam pelas nossas casas ao longo de 50 dias até
Pentecostes, mas os Foliões de algumas paróquias de Votorantim se
concentram na Igreja de São Batista e passaram um domingo diferente que
iniciou-se às 10h e estendeu-se até as 16h, revendo as cantorias já
conhecidas e apreendo outras. “Essa é a grande novidade desse encontro,
nossos irmãos lá de Itapeva vieram para cá, a nosso convite, nos trazer
cantorias novas que irão enriquecer o nosso repertório”, disse o Padre
João Carlos Alampe que acolheu a todos na abertura, após a Missa das
10h, explicando o objetivo do encontro.
Era um
grupo de aproximadamente oitenta pessoas, de comunidades como a Bom
Jesus – Parque Bela Vista, a do Divino da Paróquia Nossa Senhora Consolata,
da própria Comunidade da Consolata, da São José, do Imaculado Coração
de Maria – Vila Amorim, de São Roque – Itapeva, e até de Salto de
Pirapora – Paróquia São João Batista.
Os
participantes, além da experiência de apreender novas cantorias, também
puderam adquirir a apostila com 24 músicas e mais as cantorias da Missa
do Divino, e um CD para gravar melhor o ritmo e a melodia.
Cantigas de Roceiros e Lavradores
As
cantorias do Divino são em sua raiz integrantes do nosso Folclore
Brasileiro, as letras e a melodia nascem da alma e do coração de um Povo
temente a Deus, e que elabora as composições com o único objetivo de
louvar a Deus na devoção ao Divino Espírito Santo, no mesmo estilo e
esquema de alguns dos 150 salmos da Sagrada Escritura, que traduzem a
piedade e a devoção popular.
Padre João
Carlos Alampe, que neste sábado celebrou 43 anos de Vida Sacerdotal, é
um dos responsáveis, que plantou a semente na Igreja Matriz de Itapeva –
que têm como padroeiro o Divino Espírito Santo “O mais interessante, é
que incentivei os jovens a desenvolverem as cantorias e a cantarem ao
percorrer as casas no tempo pascal, e eles aderiram, e assim essa
tradição se mantém viva, porque aquela geração de jovens passou com
fidelidade aos filhos e netos”.
Rose
Carlos Maschietto, 50 anos, descendente de Emigrantes italianos, era um
desses jovens que no ano de 1981 aderiu a Folia do Divino e de lá para
cá, nunca mais a deixou . Mais conhecido como Carlinhos, é ele que
coordena esse trabalho mantendo em Itapeva bem viva essa tradição. Ao
orientar o encontro, repassando músicas já conhecidas, ou ensinando
novas que os Foliões daqui ainda não conhecem, fez alguns alertas “Na
Folia do Divino, é o instrumento que acompanha a cantoria, e não
contrário, e graças a Deus não usamos instrumento eletrônico, pois somos
gente da roça que se utiliza da sanfona, viola e violão, pandeiro,
Caixa e triângulo…” concluiu.
No
repertório há músicas de composição e autoria do próprio Padre Alampe,
como a de número 18, e de participantes do Grupo como a Fernanda e o
próprio Carlos que, incentivados pelo Padre Alampe fizeram composições
próprias para a cantoria, mas também havia outras conhecidas no Brasil
inteiro, como a gravação de Sérgio Reis, que foi buscar no folclore essa
poesia genuinamente popular “Oh Deus Salve o Oratório…” O Diácono
Wilson de Almeida Lopes e o Padre Dirceu Sudário de Freitas estavam
presentes ao evento. Carlinhos também deu orientação quanto a pronúncia
de algumas palavras “Ninguém fique pensando que a gente canta errado
quando pronuncia “Espríto” ou “Espirto”, esse é o jeito do caboclo
cantar, é como no Cururú e até cantores como Sérgio Reis pronuncia desse
modo, mantendo a originalidade da música”- concluiu.
Enfim,
foi um encontro diferente, marcado pelo entusiasmo das cantorias, que
animou gente grande e pequena, como o menino Luiz Miguel, que ao lado
dos pais, acompanhava fazendo percussão com o pandeiro. A Paróquia
pretende disponibilizar, a apostila com as 24 músicas, e o CD para quem
não participou do encontro. Informações com a secretaria 32431966.
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