Jornal Cruzeiro do Sul
epois de ter classificado a morte do músico
Fausto Pará Filho como dolosa (quando existe a intenção de matar), o
inquérito policial que apurou o caso foi encaminhado na última
segunda-feira à Vara do Júri do Fórum de Sorocaba. O acusado Romualdo
Fernando Siqueira Spinoza será, assim, submetido a júri popular.
Conforme entendimento do delegado titular do 3º Distrito Policial, José
Augusto Pupin, o condutor do veículo que colidiu com o que era dirigido
pela vítima assumiu o risco do resultado que sua ação provocaria agindo,
então, com dolo eventual.
As investigações levantaram várias
provas, entre as quais o andamento de processo de suspensão da carteira
de habilitação de Spinoza pela Circunscrição de Trânsito de Votorantim
(Ciretran). Além disso, depoimentos de três testemunhas que viram o
acidente, do policial militar que atendeu a ocorrência e o vídeo de uma
câmera de segurança da avenida Antonio Carlos Comitre, fizeram com que o
delegado modificasse a qualificação do crime.
O anúncio foi
acompanhado, na ocasião, por Fausto e Marta Pará, pais do músico. Ontem,
Fausto disse à reportagem que acredita e espera que o agora réu seja
condenado à pena máxima. "Foi mais uma etapa cumprida. Não queremos que
outros jovens continuem a perder a vida em razão da irresponsabilidade e
da forma inconsequente e criminosa de pessoas que se dizem motoristas,
mas que colocam em risco a segurança de tanta gente", disse Fausto Pará.
O processo deve seguir, agora, para o Ministério Público, que também
deverá se manifestar sobre a mudança de qualificação de culposo para
doloso do crime. Depois das partes se manifestarem, o juiz deverá
pronunciar o acusado, ou seja, determinar que ele seja levado a júri
popular. Nesta modalidade de julgamento, quem dá o parecer são pessoas
escolhidas como jurados. Romualdo Spinoza teve a prisão preventiva
decretada e é mantido preso no Centro de Detenção Provisória de Sorocaba
(CDP).
A polícia apurou que ele trabalhava há menos de um mês em
uma transportadora e pegou, no dia do acidente, o carro do patrão, um
Mercedes Benz, que estava guardado no pátio da empresa, em Itapevi, na
Grande São Paulo, para regularizar a documentação. Morador do bairro
Jardim Serrano, em Votorantim, dirigiu até Sorocaba, onde parou num
posto próximo à rodoviária para abastecer. Colocou R$ 56 de combustível e
saiu sem pagar, de acordo com o relatado pelo frentista que o atendeu.
Policiais militares da 4ª Companhia souberam do furto pelo rádio e
viram o carro na rua Venezuela, na Barcelona. "O policial disse que
apenas acompanhou a Mercedes, sem perseguição. Ele entrou na Raposo
Tavares e seguiu para o bairro do Campolim onde se deparou com a viatura
e partiu em alta velocidade pela avenida", disse, durante a coletiva, o
delegado Pupin. De acordo com o depoimento do policial, a Mercedes
estava entre 100 e 120 quilômetros por hora. A velocidade exata será
definida pela perícia que utilizará as imagens da câmera de segurança
que registrou a passagem do carro do motorista momentos antes do
acidente.
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