quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Autor de acidente no Campolim irá a júri popular

Jornal Cruzeiro do Sul

epois de ter classificado a morte do músico Fausto Pará Filho como dolosa (quando existe a intenção de matar), o inquérito policial que apurou o caso foi encaminhado na última segunda-feira à Vara do Júri do Fórum de Sorocaba. O acusado Romualdo Fernando Siqueira Spinoza será, assim, submetido a júri popular. Conforme entendimento do delegado titular do 3º Distrito Policial, José Augusto Pupin, o condutor do veículo que colidiu com o que era dirigido pela vítima assumiu o risco do resultado que sua ação provocaria agindo, então, com dolo eventual.

As investigações levantaram várias provas, entre as quais o andamento de processo de suspensão da carteira de habilitação de Spinoza pela Circunscrição de Trânsito de Votorantim (Ciretran). Além disso, depoimentos de três testemunhas que viram o acidente, do policial militar que atendeu a ocorrência e o vídeo de uma câmera de segurança da avenida Antonio Carlos Comitre, fizeram com que o delegado modificasse a qualificação do crime.

O anúncio foi acompanhado, na ocasião, por Fausto e Marta Pará, pais do músico. Ontem, Fausto disse à reportagem que acredita e espera que o agora réu seja condenado à pena máxima. "Foi mais uma etapa cumprida. Não queremos que outros jovens continuem a perder a vida em razão da irresponsabilidade e da forma inconsequente e criminosa de pessoas que se dizem motoristas, mas que colocam em risco a segurança de tanta gente", disse Fausto Pará.

O processo deve seguir, agora, para o Ministério Público, que também deverá se manifestar sobre a mudança de qualificação de culposo para doloso do crime. Depois das partes se manifestarem, o juiz deverá pronunciar o acusado, ou seja, determinar que ele seja levado a júri popular. Nesta modalidade de julgamento, quem dá o parecer são pessoas escolhidas como jurados. Romualdo Spinoza teve a prisão preventiva decretada e é mantido preso no Centro de Detenção Provisória de Sorocaba (CDP).
A polícia apurou que ele trabalhava há menos de um mês em uma transportadora e pegou, no dia do acidente, o carro do patrão, um Mercedes Benz, que estava guardado no pátio da empresa, em Itapevi, na Grande São Paulo, para regularizar a documentação. Morador do bairro Jardim Serrano, em Votorantim, dirigiu até Sorocaba, onde parou num posto próximo à rodoviária para abastecer. Colocou R$ 56 de combustível e saiu sem pagar, de acordo com o relatado pelo frentista que o atendeu.

Policiais militares da 4ª Companhia souberam do furto pelo rádio e viram o carro na rua Venezuela, na Barcelona. "O policial disse que apenas acompanhou a Mercedes, sem perseguição. Ele entrou na Raposo Tavares e seguiu para o bairro do Campolim onde se deparou com a viatura e partiu em alta velocidade pela avenida", disse, durante a coletiva, o delegado Pupin. De acordo com o depoimento do policial, a Mercedes estava entre 100 e 120 quilômetros por hora. A velocidade exata será definida pela perícia que utilizará as imagens da câmera de segurança que registrou a passagem do carro do motorista momentos antes do acidente.

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