Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz
Se o prefeito não abrir negociação, funcionários do setor de saúde podem entrar na paralisação
Ao ter conhecimento do remanejamento da referência das auxiliares de
serviços infantis de Votorantim, servidores públicos da prefeitura -
aqueles que não são desse setor - disseram que foi uma forma de abrir
precedente para que outras áreas da administração pública tenham a mesma
equivalência. “Quando o prefeito anunciou que iria aumentar o salário
das auxiliares de serviços infantis - quase 20% - foi um dos motivos
para que ocorresse esta greve”, afirmou Eduardo Morales Gabriel, 47
anos, funcionário da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), cujo
responsável é o vice-prefeito Silvano Donizetti Mendes (PTB).
Ontem a paralisarão dos funcionários da prefeitura entrou no quinto dia.
Até o fechamento desta edição, o prefeito Erinaldo Alves da Silva
(PSDB) não havia convocado o presidente do presidente do Sindicato dos
Servidores Públicos de Votorantim, Isael Clareti, e mais três
funcionários da administração pública para entrar em negociação.
De acordo com Gabriel, os servidores públicos têm em pauta duas
reivindicações. A primeira é o aumento salarial. Como o Chefe do
Executivo alavancou o salário das auxiliares de serviços infantis,
outros funcionários da prefeitura querem “igualdade” – um mote que foi
discorrido em vários momentos pelos grevistas. De acordo com o
colaborador da Sesp, a cada dia esta paralisação vem crescendo. “Começou
com a Sesp, depois foi a Educação e o Saae. Caso o prefeito não venha
negociar conosco, amanhã (hoje, 10), o setor de saúde será paralisado”,
disse Gabriel. Até ontem mais de 600 funcionários estavam de braços
cruzados, segundo o sindicato.
Como adiantou o funcionário da Sesp, os servidores públicos da saúde já
conversaram com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e,
segundo Gabriel, tudo indica que irão aderir à paralisação, que deu
início na última quinta-feira (5), parando os trabalhos da Sesp. Uma
grande parcela dos funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
pode aumentar o número de servidos parados.
Nota da prefeitura
Em nota, a Prefeitura informou que, no
momento, não é possível afirmar efetivamente o número de funcionários em
greve porque há pessoas que aderiram ao movimento e outras que estão
sendo impedidas de trabalhar pelos grevistas.
Uma equipe da prefeitura está avaliando nesta segunda-feira (ontem) as
medidas que podem ser tomadas contra os abusos que vem sendo cometidos.
Pela legislação, o movimento deve manter 30% dos serviços em
funcionamento, porém a coleta de lixo, que é um serviço essencial, está
100% paralisada e também há prejuízos acima do limite permitido no setor
de serviços públicos e transporte escolar realizado pelo município.
Lixo pela cidade
Na Barra Funda (ao lado de uma Unidade
Básica de Saúde), Fornazari (avenida Paschoal Gerônimo Fornazari) e
Chave (rua Savóia), por exemplo, na manhã de ontem, haviam restos de
comida e sacolas de lixo no chão, pois os contêineres estavam lotados,
não havendo mais espaço para despejar o lixo.
Um morador do bairro da Chave pegou um contêiner, que estava em frente à
agência bancária Banco do Brasil (avenida 31 de Março), e deslocou até
sua moradia para amenizar a situação do lixo no seu bairro.
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