Jomar Bellini
Sergio Ratto / Ipanema Online
Sergio Ratto / Ipanema Online
A reconstituição da morte do aposentado Orlando Golfeto, de 71 anos, foi realizada pela Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (18) em Votorantim. O acusado Cláudio da Silva, 31, mostrou aos policiais como o latrocínio (roubo seguido de morte) foi realizado.
O crime aconteceu no dia 30 de outubro no Jardim Bandeirantes, quando Cláudio invadiu a residência de Golfeto na rua Filomena Cardoso em busca de dinheiro para consumir drogas. A vítima teria reagido e, após uma briga, acabou sendo sufocada com uma “gravata” – um tipo golpe no pescoço que não deixa marcas. O acusado fugiu da cena do crime levando R$ 120, dois relógios, 20 pacotes de café, dois sabonetes e dez facas.
Segundo Rosilene Golfeto, que é esposa de um sobrinho da vítima, o idoso foi encontrado na cama com diversas peças de roupas por cima de seu corpo. Devido à idade da vítima, inicialmente o caso foi tratado como morte natural, mas após análise do local, foi constatado o latrocínio. A polícia passou então a investigar possíveis acusados.
De acordo com o delegado José Manuel Martins, a identificação do acusado foi possível graças a um chinelo de dedo que Cláudio esqueceu na residência quando cometeu o crime. “O chinelo tinha uma queimadura que foi realizada pela namorada de Cláudio. Assim nós relacionamos o acusado ao crime”.
Além de confessar o crime, o acusado mostrou passo a passo os acontecimentos do dia 30 de outubro. Ele invadiu a casa a partir de um pequeno portão, usando de apoio para pular o muro. Os acontecimentos então partiram para dentro da residência, onde matou a vítima e fugiu com os pertences utilizando um saco.
Apesar de o caso já estar esclarecido e o acusado ter confessado o crime, Martins explica que a reconstituição é importante para “mostrar a Justiça a situação real e a conduta dos envolvidos”.
Cláudio foi detido por furto, mas há 20 dias, quando ia ser solto, a Justiça expediu a prisão temporária do acusado devido ao latrocínio no Jardim Bandeirantes.
Ameaças
De acordo com a família, Golfeto já havia sido assaltado pelo menos em duas ocasiões meses antes de ser morto. Devido a isto, a segurança na casa teria sido reforçada, com a instalação de grades com lanças em cima dos muros. Em uma das ocasiões, os criminosos chegaram a machucar o idoso.
Segundo Martins, estes casos não possuem relação com o latrocínio. “Nós entramos nessa linha de investigação em que ele teria sido vítima de um sobrinho, mas não tem nada a ver com este caso”, detalha o delegado.
Apesar disso, Rosilene diz que o crime surpreendeu a família. “Todo mundo aqui na rua gostava dele porque não fazia mal para ninguém. Ele era na dele, mas se viesse para cima dele, ele se defendia e brigava também”. Ela nega ainda que existissem objetos de valor dentro da casa.
Chamou atenção
A reconstituição chamou a atenção dos moradores do bairro. Pouco mais de 20 pessoas acompanharam o trabalho dos policiais.
Quando Cláudio foi retirado da viatura e levado até a frente da residência, populares gritaram palavras e frases como “assassino” e “ele merece [estar preso]”.


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