domingo, 26 de janeiro de 2014

Votorantinenses acham absurdo o gasto de vereadores com pizza

Jornal Cruzeiro do Sul
Sthefany Lara
programa de estágio


População julga desnecessário, algo errado, e até mesmo caso para ser resolvido pelo Ministério Público 

Antonio classifica como piquenique -

Absurdo, desnecessário, algo errado, piquenique e até mesmo caso do Ministério Público. Essas foram algumas das definições dadas pelos votorantinenses após lerem a matéria publicada na edição de ontem do jornal Cruzeiro do Sul, que mostrou que mais de R$ 8 mil foram gastos pelos vereadores, no período de fevereiro a outubro do ano passado, com a compra de pizzas para serem consumidas no final das sessões ordinárias da Câmara.

Após ler a matéria, o autônomo Walter Campos, 57 anos, mostrou estar bastante revoltado com o gasto, que ele classifica como sendo algo absurdo. "Enquanto a gente trabalha muito, eles ficam nessa mordomia." Caso os vereadores queiram continuar consumindo algum tipo de alimento, de acordo com o Campos, isso deverá ser feito com o seu próprio dinheiro. "Eles já têm um bom salário. Não precisam pegar o que é do município."

O aposentado Antonio Gonçalves, também indignado com o conteúdo da matéria, questiona se a Câmara Municipal é lugar para piquenique. "Enquanto alguns servidores comem marmitex mal feitas, os nossos representantes de divertem em piqueniques?". O dinheiro gasto com a compra das pizzas, na opinião do aposentado, deveria ser aplicado em melhorias na saúde e educação do município. "A população está padecendo enquanto os vereadores estão fazendo ceias", afirmou.

A dona de casa Lucimara Paulino, 50 anos, dá uma dica para os vereadores. "Aqueles que sentem fome, devem levar um lanchinho da casa. Todo mundo leva o seu, por que eles não?" Também para a dona de casa, a saúde deveria ser o primeiro lugar onde esse dinheiro deveria ser usado.

A saúde e a educação, também no ponto de vista do aposentado Adalto Teixeira, 75 anos, deveriam ser o destino dos R$ 8 mil usados pelos vereadores para a compra das refeições. "Eles gastam o dinheiro que também poderia ajudar pessoas que não têm o que comer. Se a pessoa sente fome é só comer em sua casa", diz. "Estamos pagando uma pizza que não é a gente quem come", reclama o aposentado Nilton Morse, 63 anos. "Fiquei revoltado com o que li no jornal, para mim isso é caso do Ministério Público. Votorantim está se acabando porque os nossos defensores, ao contrário de seu papel, estão gastando dinheiro público com pizza."

A matéria, publicada ontem, trouxe a informação de que foram gastos cerca de R$ 893 por mês, de fevereiro a outubro, com a compra de pizza, totalizando R$ 8.041,50. A reportagem trouxe detalhados os gastos, que estão disponíveis no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TEC/SP).

Em nota enviada à reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, na quarta-feira, a Câmara de Vereadores destacou que a sua receita deve ser investida, por lei, na própria estrutura da Casa, não podendo ser direcionada às áreas sociais do município, como saúde, educação e moradia. Portanto, por mais que a população opine e sugira ser empregada essa verba na construção ou melhoria dos setores públicos, por lei, isso não pode ocorrer.

No entanto, todo o dinheiro que não é gasto pela Câmara de vereadores é devolvida, no final de cada ano legislativo, ao poder Executivo. (Supervisão: Daniela Jacinto)

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