terça-feira, 29 de abril de 2014

'Transplante de Sofia só pode ser feito fora do Brasil', diz especialista

Ana Levorato e Jéssica Pimentel
Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Diretor do Sírio Libanês avaliou a situação da bebê.
Sofia, de quatro meses, sofre de Síndrome de Berdon.


Médico do Hospital Sírio Libanês avaliou o
bebê (Foto: Miguel Navarro/Divulgação)

O médico cirurgião Paulo Chapchap, um dos diretores do Hospital Sírio Libanês, divulgou nesta quarta-feira (29) uma avaliação da situação da bebê de Votorantim (SP), Sofia Gonçalves de Lacerda, de quatro meses, que sofre de uma rara doença. De acordo com o ofício enviado ao Tribunal Regional Federal (TRF), o transplante multivisceral que a criança precisa só poderá ter sucesso se for realizado fora do Brasil.
Ainda de acordo com o ofício, o superintendente afirma que nenhum dos pacientes submetidos aos transplantes multiviscerais no Brasil sobreviveu mais do que alguns meses e que a experiência brasileira no procedimento é considerada inicial. Além disso, Chapchap coloca também que nenhuma das cirurgias foi realizada em pacientes com menos de 10 quilos.
Também no oficio enviado, o médico aponta que o especialista dos Estados Unidos, Rodrigo Vianna, é um dos mais experientes do mundo em transplantes multiviscerais, inclusive em crianças pequenas. Segundo a determinação do desembargador, o médico deveria enviar ao TRF um laudo informando o diagnóstico da criança e dizer se é possível fazer o transplante no Brasil.
O médico brasileiro, que trabalha em um hospital nos Estados Unidos, já se prontificou a fazer o transplante no exterior, desde que o governo custeie a cirurgia avaliada em torno de US$ 1 milhão.
Ao G1, o advogado que cuida do caso, Miguel Navarro, informou que fará um requerimento com os exames realizados na menina no período em que ela esteve internada. "Entendo que com o resultados dos exames realizados na Sofia seja possível confirmar o que aleguei na ação judicial. Com esses documentos e os que solicitei da Unicamp, vou despachar novamente com o desembargador", ressalta o advogado.
A mãe da menina, Patrícia de Lacerda, admitiu ao G1 que essa série de exames tem sido cansativa, mas se animou com a posição do médico. “Assim conseguimos aumentar nossa esperança. Espero que agora o desembargador veja a necessidade do transplante ser feito no exterior”, desabafa.
Entenda o caso
Inicialmente, a juíza da terceira Vara Federal de Sorocaba, Sylvia Marlene de Castro Figueiredo, determinou por meio de liminar que o transplante da menina fosse realizado no Brasil, mas o Hospital da Clínicas afirmou que não poderia realizar esse procedimento em pacientes com menos de 10 kg.
Mesmo com o desejo do médico, a família ainda terá de pagar pelo procedimento. Por isso, os pais precisam da ajuda da Justiça. Segundo o advogado da família, Miguel Navarro, todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para conseguir a autorização da Justiça para a realização do transplante, já que o caso da menina é grave. “Tudo o que está ao nosso alcance estamos fazendo. Nós queremos salvar a vida da Sofia e fazer com que essa cirurgia aconteça o quanto antes”, explica o advogado.
'Ajude a Sofia'
Sofia sofre com a síndrome de Berdon, uma doença rara que provoca problemas no intestino, na bexiga e no estômago. Segundo a mãe, a menina nunca fez necessidades e se alimenta através de uma sonda.
Desde que descobriu a doença, a família está pedindo ajuda financeira para conseguir uma viagem até os Estados Unidos, único país onde há a possibilidade da realização da cirurgia que pode reverter o quadro de saúde da menina. A campanha foi intitulada como "Ajude a Sofia" e ganhou força nas redes sociais e mais de 120 mil pessoas já curtiram e compartilharam a página.

Menina de 4 meses sofre com síndrome de Berdon (Foto: Divulgação/Campanha 'Ajude a Sofia')

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