Wilson Gonçalves Júnior
Em todas as escolas municipais é comum ver crianças com uniforme incompleto. Prefeitura não tem previsão
O
kit composto por short-saia, camiseta e bermuda não chegou para os
alunos. Agasalhos de inverno ainda estão na fase de licitação - LUIZ
SETTI
O
uniforme de verão dos cerca de 12 mil alunos da rede pública municipal
de Votorantim - o kit composto por short-saia, camiseta e bermuda - deve
chegar nas escolas somente no inverno. Passados três meses do início do
ano letivo e faltando 32 dias para o inverno, que neste ano começa às
7h51 do dia 21 de junho, não há qualquer previsão de entrega do uniforme
por parte da Secretaria de Educação do município. A descrença em
relação à chegada da vestimenta ainda neste primeiro semestre, aliada à
mudança de temperatura comum na meia-estação do outono, fizeram os pais
de alunos buscarem alternativas para aquisição dos trajes escolares de
inverno, como blusas, calças e camisetas de manga comprida.
Em nota, a Secretaria de Educação afirma que apesar de medidas - como multas e outras sanções - tomadas em relação às empresas contratadas por meio de licitação para o fornecimento dos uniformes, estas até o momento não entregaram os pedidos e que a chegada das roupas para os alunos "depende do cumprimento do contrato por parte das empresas".
Aluna da 1º série do ensino fundamental da escola Patrícia Maria dos Santos, no Jardim São Matheus, Dirce Fátima Pereira, de 6 anos, estava na semana passada com o uniforme incompleto, com a camiseta regata com o brasão do município e com uma calça preta descaracterizada. A avó Helenice de Fátima Pereira, que foi buscá-la na unidade de ensino, disse que os pais compraram para a neta somente a blusa e a camiseta. De acordo com ela, ninguém mais acredita que a prefeitura vai entregar o uniforme. "Não chegou nem de verão, imagina você o de inverno então."
Segundo a Prefeitura, para a aquisição das roupas de frio o processo licitatório ainda está em andamento. "Quando ocorria a entrega do cheque para a compra do uniforme (prática que deixou de ser adotada a partir deste ano devido à determinação do Tribunal de Contas, comunicada em dezembro último), a do inverno era feita no início do segundo semestre", justifica a administração municipal.
Entretanto, a reportagem procurou informações sobre os anos anteriores, de 2013 (já gestão do prefeito Erinaldo Alves da Silva - PSDB) e em 2012 (ex-prefeito Carlos Augusto Pivetta - PT). Em ambos os casos, a entrega aconteceu ainda no primeiro semestre, diferentemente do que foi afirmado pela Prefeitura em resposta encaminhada na sexta-feira. Em 2012, o cheque foi entregue no dia 25 de maio; e no ano passado, no dia 14 de junho.
Joseli Aparecida de Camargo, que é avó do aluno Pedro Henrique, de 7 anos, estudante da 1º série do ensino fundamental da escola do São Matheus, também não nutre mais esperança. Segundo ela, a direção da escola informou que os uniformes não chegaram e ainda não há nenhuma previsão para entrega. Joseli afirmou que a mãe de Pedro Henrique resolveu não esperar e comprou a calça do uniforme, pelo preço de R$ 50. Já em relação ao início das aulas, a avó disse que o neto usou uniforme de verão do ano passado, de quando ainda estava no ensino infantil. "A escola fez um bazar de doação e deu blusas usadas do ano passado aos pais que não tiveram condições de comprar. As doações vieram de outras escolas. Felizmente, nós tivemos condições de comprar, uma só. Quando sujar, ele terá que vir sem uniforme mesmo", explicou.
A dona de casa Severina Maria da Silva Vieira também precisou comprar o uniforme de inverno para o filho Daniel Vieira, de 6 anos, aluno da 1ª série da escola Walter Rocha, localizada na Vila Nova Votorantim. Sem expectativa em relação ao município, ela adquiriu uma blusa e uma calça, pagando R$ 90 reais pelo uniforme. No início do ano, ela pediu à escola, em relação ao uniforme de verão, a numeração 8, mas acredita que seu filho deve crescer ainda mais até o clima voltar a esquentar. "Quando chegar o de verão nem vai servir mais. Pedi 8 e ele estará no 10", argumentou. A Secretaria de Educação diz que as numerações solicitadas pelos pais "já estão sendo revistas".
Mãe de Hugo Vitor Ferreira, de 8 anos, que é aluno da 2º série da escola Walter Rocha, Catarina Beatriz Lopes, pagou R$ 50 reais para comprar o uniforme de frio do filho. Ela disse que ainda espera os uniformes do município, porém não está tão confiante que as roupas cheguem. "Quando chove, ele tem que vir sem uniforme. Por isso, ainda espero os da prefeitura."
Aluno da escola infantil Rosa Ferreira, da Vila Nova Votorantim, Luís Felipe, de 5 anos, foi a aula de calça de uniforme na quinta-feira. Segundo seu avô, Joaquim Pedro Neto, os pais decidiram comprar o uniforme, em vez de ficar aguardando a chegada da vestimenta prometida pela prefeitura. "A gente tem condição de comprar, só que tem muita gente que não tem. Por isso muitas crianças estão indo na escola sem uniforme", garantiu.
Material escolar
Os mesmos familiares de alunos ouvidos pela reportagem também falaram que a lista de material não foi entregue completa. De acordo com Severina Maria da Silva, para sua filha vieram dois cadernos pequenos, lápis e borracha. A estudante Dirce Fátima Pereira explicou que em seu kit veio apenas o caderno, a borracha, o lápis e a tesoura. Joseli Aparecida de Camargo completou, ao dizer que precisou comprar lápis de cor para o neto.
Segundo a prefeitura, o lápis de cor ainda não foi entregue porque houve problema com a amostra apresentada pela empresa que ganhou a licitação. Sobre as quantidades, as remessas foram calculadas para o primeiro semestre e ainda haverá entrega do restante.
Em nota, a Secretaria de Educação afirma que apesar de medidas - como multas e outras sanções - tomadas em relação às empresas contratadas por meio de licitação para o fornecimento dos uniformes, estas até o momento não entregaram os pedidos e que a chegada das roupas para os alunos "depende do cumprimento do contrato por parte das empresas".
Aluna da 1º série do ensino fundamental da escola Patrícia Maria dos Santos, no Jardim São Matheus, Dirce Fátima Pereira, de 6 anos, estava na semana passada com o uniforme incompleto, com a camiseta regata com o brasão do município e com uma calça preta descaracterizada. A avó Helenice de Fátima Pereira, que foi buscá-la na unidade de ensino, disse que os pais compraram para a neta somente a blusa e a camiseta. De acordo com ela, ninguém mais acredita que a prefeitura vai entregar o uniforme. "Não chegou nem de verão, imagina você o de inverno então."
Segundo a Prefeitura, para a aquisição das roupas de frio o processo licitatório ainda está em andamento. "Quando ocorria a entrega do cheque para a compra do uniforme (prática que deixou de ser adotada a partir deste ano devido à determinação do Tribunal de Contas, comunicada em dezembro último), a do inverno era feita no início do segundo semestre", justifica a administração municipal.
Entretanto, a reportagem procurou informações sobre os anos anteriores, de 2013 (já gestão do prefeito Erinaldo Alves da Silva - PSDB) e em 2012 (ex-prefeito Carlos Augusto Pivetta - PT). Em ambos os casos, a entrega aconteceu ainda no primeiro semestre, diferentemente do que foi afirmado pela Prefeitura em resposta encaminhada na sexta-feira. Em 2012, o cheque foi entregue no dia 25 de maio; e no ano passado, no dia 14 de junho.
Joseli Aparecida de Camargo, que é avó do aluno Pedro Henrique, de 7 anos, estudante da 1º série do ensino fundamental da escola do São Matheus, também não nutre mais esperança. Segundo ela, a direção da escola informou que os uniformes não chegaram e ainda não há nenhuma previsão para entrega. Joseli afirmou que a mãe de Pedro Henrique resolveu não esperar e comprou a calça do uniforme, pelo preço de R$ 50. Já em relação ao início das aulas, a avó disse que o neto usou uniforme de verão do ano passado, de quando ainda estava no ensino infantil. "A escola fez um bazar de doação e deu blusas usadas do ano passado aos pais que não tiveram condições de comprar. As doações vieram de outras escolas. Felizmente, nós tivemos condições de comprar, uma só. Quando sujar, ele terá que vir sem uniforme mesmo", explicou.
A dona de casa Severina Maria da Silva Vieira também precisou comprar o uniforme de inverno para o filho Daniel Vieira, de 6 anos, aluno da 1ª série da escola Walter Rocha, localizada na Vila Nova Votorantim. Sem expectativa em relação ao município, ela adquiriu uma blusa e uma calça, pagando R$ 90 reais pelo uniforme. No início do ano, ela pediu à escola, em relação ao uniforme de verão, a numeração 8, mas acredita que seu filho deve crescer ainda mais até o clima voltar a esquentar. "Quando chegar o de verão nem vai servir mais. Pedi 8 e ele estará no 10", argumentou. A Secretaria de Educação diz que as numerações solicitadas pelos pais "já estão sendo revistas".
Mãe de Hugo Vitor Ferreira, de 8 anos, que é aluno da 2º série da escola Walter Rocha, Catarina Beatriz Lopes, pagou R$ 50 reais para comprar o uniforme de frio do filho. Ela disse que ainda espera os uniformes do município, porém não está tão confiante que as roupas cheguem. "Quando chove, ele tem que vir sem uniforme. Por isso, ainda espero os da prefeitura."
Aluno da escola infantil Rosa Ferreira, da Vila Nova Votorantim, Luís Felipe, de 5 anos, foi a aula de calça de uniforme na quinta-feira. Segundo seu avô, Joaquim Pedro Neto, os pais decidiram comprar o uniforme, em vez de ficar aguardando a chegada da vestimenta prometida pela prefeitura. "A gente tem condição de comprar, só que tem muita gente que não tem. Por isso muitas crianças estão indo na escola sem uniforme", garantiu.
Material escolar
Os mesmos familiares de alunos ouvidos pela reportagem também falaram que a lista de material não foi entregue completa. De acordo com Severina Maria da Silva, para sua filha vieram dois cadernos pequenos, lápis e borracha. A estudante Dirce Fátima Pereira explicou que em seu kit veio apenas o caderno, a borracha, o lápis e a tesoura. Joseli Aparecida de Camargo completou, ao dizer que precisou comprar lápis de cor para o neto.
Segundo a prefeitura, o lápis de cor ainda não foi entregue porque houve problema com a amostra apresentada pela empresa que ganhou a licitação. Sobre as quantidades, as remessas foram calculadas para o primeiro semestre e ainda haverá entrega do restante.


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