Diário de Sorocaba
Primeiro encontro de prefeitos das 26 cidades ocorreu ontem
Apesar de a lei que criou a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) ter
sido sancionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no início de
maio, somente ontem deu-se a posse do Conselho de Desenvolvimento da
RMS. O prefeito de Sorocaba, Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), foi
nomeado presidente do conselho, e o prefeito de Tietê, Manoel David Korn
de Carvalho (PSD), vice. A cerimônia teve lugar no auditório do Parque
Tecnológico de Sorocaba (PTS) e reuniu prefeitos e representantes dos 26
municípios, que compõem a quinta Região Metropolitana do Estado, além
de secretários municipais e estaduais. De acordo com Pannunzio, a RMS
foi implantada oficialmente ontem com a criação do conselho, cuja função
é reunir as prioridades das cidades e definir os investimentos.
Na ocasião, foram definidas como prioridade as questões de segurança
pública, por isso, no próximo encontro, o secretário de Segurança do
Estado, Fernando Grella Vieira, e o secretário-adjunto, Antônio Carlos
da Ponte, estarão presentes. A data será definida de acordo com a
disponibilidade dos secretários. “Entendemos que os efetivos são
insuficientes, particularmente da PM, e o narcotráfico é a origem da
violência urbana”, ressalta Pannunzio. Os deputados estaduais Hamilton
Pereira (PT) e Maria Lúcia Amary (PSDB) também participaram do encontro.
A RMS é composta pelos municípios de Alambari, Alumínio, Araçariguama,
Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange,
Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto
Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí,
Sorocaba, Tapiraí, Tatuí, Tietê e Votorantim.
CONSELHO – Antes do início da cerimônia, os prefeitos
se reuniram para decidir os ocupantes da presidência e da
vice-presidência do conselho. Pannunzio afirma que não se candidatou e
chegou-se a cogitar que o chefe do Executivo da menor cidade da RMS
assumisse o posto. “Mas depois convergiu consenso que deveria ser o
prefeito de Sorocaba.”
O subsecretário de Desenvolvimento Metropolitano de São Paulo, Edmur
Mesquita, ressalta que o conselho vai trabalhar a favor do
desenvolvimento econômico da RMS, e as escolhas partidárias não devem
ser consideradas. Ele sugeriu que a segurança pública e a criação de um
sistema integrado de transporte urbano na RMS sejam prioridades. A
medida inclui a implantação de um Gabinete Metropolitano de Gestão
Estratégica de Segurança Pública (Gamesp), projeto que teve início em
Campinas, expandiu-se para as demais regiões metropolitanas, e conta com
participação da sociedade civil, Ministério Público (MP), Polícias
Federal, Militar e Civil, secretários de segurança e coordenadores das
Guardas Municipais. Quanto à mobilidade, Mesquita diz que a Empresa
Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) já foi contatada.
O subsecretário explica que ainda falta cumprir duas etapas para
efetivação da RMS, a criação do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano e
a Agência Metropolitana da RMS. “O governo já recebeu a minuta do
fundo, que será analisada pela área técnica da Casa Civil, para que o
governador assine o decreto de criação. Isso é fundamental para
pensarmos em investimentos da região, pois poderá, inclusive, receber
recursos não só estaduais, federais ou Parceria Público-Privada (PPP),
mas até aporte financeiro internacional, em função de projetos que sejam
apresentados.” Já para a criação da agência, o governo deve enviar o
projeto de lei complementar à Assembleia Legislativa de São Paulo para
depois ser sancionada.
“A agência tem duas atribuições; a primeira é a autonomia para elaborar o
desenvolvimento estratégico para médio e longo prazo, e o segundo é ser
instrumento de execução dos assuntos deliberados pelo conselho.” Para o
deputado estadual Hamilton Pereira (PT), que em 2005 apresentou o
primeiro projeto para criação da RMS, o encontro de prefeitos será
importante também para a discussão de distribuição dos investimentos.
“De forma a desconcentrar de Sorocaba e distribuí-los da melhor forma,
alavancando os menores municípios que ao longo do tempo se tornaram
cidades-dormitório.”
INFORMAÇÕES – A Empresa Paulista de Planejamento
Metropolitano (Emplasa), criada há 40 anos, é responsável por fazer a
institucionalização das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas do
Estado. Mediante decreto recente do governo, a Emplasa ocupa
temporariamente a função de Secretaria Executiva do Conselho, papel da
agência, até que a autarquia definitiva seja criada. A empresa também
fará a elaboração do Atlas Digital das 26 cidades que compõem a RMS. “É o
instrumento de planejamento que a Emplasa desenvolveu nas demais
regiões, é o DNA do território. São levantamentos feitos a partir do uso
e ocupação do solo; iremos levantar dados socioeconômicos,
físico-ambientais, entre outros, com o objetivo de que tenhamos o
primeiro mapa da realidade da RMS”, diz o presidente da Emplasa, Luiz
José Pedretti.
Com isso, será possível saber as deficiências, necessidades e
potencialidades, para que o conselho possa elencar as prioridades que
serão desenvolvidas. Será destinado R$ 1 milhão para o levantamento dos
dados, cujo trabalho terá parceria com a Fundação Escola de Sociologia
Política. O resultado deve ser apresentado entre novembro e dezembro.
Paralelamente, será feita uma consulta pública para a sociedade civil
expor seus anseios e necessidades, através de formulário disponível na
internet. O assessor da subsecretaria de Desenvolvimento Metropolitano,
Humberto Parro, propôs a organização de oficinas para capacitar os
futuros membros dos conselhos construtivos da RMS, que fazem a ligação
da agência e do conselho com a população. O projeto deve ser executado
em agosto.
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