terça-feira, 26 de agosto de 2014

Empresário Antônio Ermírio de Moraes morre aos 86 anos

Diário de Sorocaba

Empresas da família contribuíram para o desenvolvimento da região


Antônio Ermírio de Moraes durante campanha para governador do Estado, em 1986, na praça Coronel Fernando Prestes, Centro de Sorocaba (Foto: Arquivo/DS

O empresário Antônio Ermírio de Moraes, 86 anos, morreu na noite de domingo (24) por insuficiência cardíaca. O presidente de honra do Grupo Votorantim estava em casa, no bairro do Morumbi, em São Paulo. Casado com Maria Regina Costa de Moraes, ele deixa nove filhos. O velório ocorreu no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa, na Capital, onde foi sepultado no Cemitério do Morumbi. O empresário, que nasceu sem um rim, teve de se afastar do trabalho nos últimos tempos, por causa da saúde debilitada. Apesar de ter nascido em São Paulo, tinha forte vínculo com o interior, principalmente a região de Sorocaba, com a qual contribuiu gerando empregos através das empresas da família. 

O Grupo Votorantim foi criado por seu pai, o engenheiro pernambucano José Ermírio de Moraes, em 1918, a partir de uma fábrica de tecelagem. A cidade de Votorantim, emancipada anos mais tarde, é conhecida pela produção de cimento da empresa. Já a Companhia Brasileiro de Alumínio (CBA), maior indústria integrada de alumínio do mundo, foi fundada em 1955, no então bairro de Mairinque. A cidade de Alumínio nasceu da vila operária. 

Formado em Engenharia Metalúrgica pela Colorado School of Mines, nos Estados Estudos, Antônio Ermírio foi responsável pela implantação da CBA e condução dos demais negócios da família, que se expandiram para mais de 20 países, nos setores de agronegócio, celulose, cimento e finanças, com o Banco Votorantim. Com fortuna avaliada em US$ 12,7 bilhões, a família Moraes aparece entre os 100 maiores bilionários do mundo no ranking divulgado pela revista americana "Forbes", em 2013. Entre as propriedades, estão terras em Sorocaba, onde Antônio Ermírio gostava de frequentar a fazenda Santa Maria, na região de Brigadeiro Tobias, e a Capela de Nossa Senhora da Conceição, em Inhayba, pertencente à Fibria, do setor de celulose. 


O empresário também era membro da Academia Paulista de Letras, escreveu livros e três peças de teatro. Mesmo com a alta fortuna, a família é conhecida pelo trabalho filantrópico em diversas instituições, com destaque ao atendimento à população de baixa renda no Hospital Beneficência Portuguesa, onde Antônio presidiu a diretoria-administrativa por 40 anos. O empresário também se aventurou na política, candidatando-se ao Governo do Estado em 1986 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Orestes Quércia venceu o pleito, mas o empresário ficou em segundo lugar com aproximadamente 4 milhões de votos.


MANIFESTAÇÕES – Após a notícia do falecimento de Antônio Ermírio, empresários e políticos se manifestaram com pesar. Os prefeitos de Votorantim, Erinaldo Alves (PSDB), e de Alumínio, José Aparecida Tisêo (PSDB), decretaram luto oficial por três dias e seguiram para acompanhar o velório, em São Paulo. Em nota, Alves afirma que a cidade sempre recebeu apoio da família Moraes. O prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB) também compareceu ao velório. O Grupo Votorantim divulgou que perdeu um líder, “que serviu de exemplo e inspiração para seus valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais justo, com saúde e educação de qualidade para todos”.


A presidente Dilma Rousseff (PT) afirma que recebeu a notícia com tristeza e se solidarizou com a família. O governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que o empresário é motivo de orgulho para São Paulo e o Brasil. “Nas muitas oportunidades em que estivemos juntos, pude testemunhar seu grande espírito público, sua honradez, sua capacidade de trabalho.” O ministro do Turismo, Vinícius Lages, também se manifestou por nota, afirmando que a morte de Antônio Ermírio entristece toda a população, que perde um empresário inovador, que pregou mais investimentos à área de turismo na década de 70. A Diretoria Regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) prestou condolências à família e destacou que o empresário foi um grande parceiro da indústria e seu nome sempre será lembrado.

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