Notícia publicada na edição de 01/11/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A
Jéssica Nascimento
Justina mora na rua Francisco José dos Santos, no bairro Rio Acima, e conta que teve que ir buscar água em uma bica da cidade. "Trouxe várias garrafas cheias de água. Estamos nos virando por enquanto, mas não sei o que vai acontecer se continuar assim. É difícil ir até a bica buscar água", afirma. A dona de casa diz que até a água da caixa já acabou. "Não dá nem para tomar banho. Não tem como ficar assim. Água é tudo na vida."
O vendedor Aldo Veliska, 46 anos, filho da dona de casa, diz que a situação é um descaso com a população. "Estou indignado com isso. De manhã tenho que ir até Sorocaba, na casa da minha irmã, para tomar banho para ir trabalhar", relata. Aldo diz que se a autarquia tivesse comunicado a população sobre a falta de água, a situação não chegaria a esse ponto. "Se tivessem avisado a população antes, as pessoas poderiam se preparar e estocar água", afirma.
Moradores da rua Pedro Fontes, no bairro Rio Acima, também estão sem abastecimento de água. "Como tenho caixas d"água grandes, ainda não estamos sem água. Mas estamos economizando bastante", conta o torneiro mecânico Paulo Batista de Oliveira, 54 anos. A proprietária de uma mercearia da rua, Iolanda Nagae, 47 anos, diz que está preocupada com a situação do bairro. "Na minha casa ainda não faltou água porque tenho três caixa d"água. Mas a rua está sem abastecimento há três dias. Não sei como vai ser. Estamos economizando", conta.
O aposentado Teodoro Mendes, de 62 anos, mora na avenida 27 de Março, na Vila Garcia e conta que também está sofrendo com a falta de água. "Na minha casa não tem caixa d"água. A situação é pior ainda. Não tem água para fazer nada. Quando vem, é só um pingo", relata. A esposa de Teodoro, a faxineira Maria de Lourdes Augusto, de 56 anos, diz que está complicado ficar sem água. "Imagina, com esse calor ficar sem água?", afirma. Teodoro diz que a conta vem para pagar. "Não avisaram que faltaria água durante esses dias."
Depois de dois dias sem água no bairro Vila Irineu, o abastecimento foi feito ontem pela manhã. A dona de casa Graciela Fernandes de Oliveira, 34 anos, que mora na rua Olívio Calisto, diz que a falta de água começou há duas semanas. "Durante esses dias, a interrupção no abastecimento foi constante. Estamos economizando o máximo possível. A água da caixa é só para tomar banho", conta. Segundo Graciela, a rua fica com mau cheiro quando falta água. "Como não temos esgoto, aqui fica fedendo quando acaba água", relata. A dona de casa diz que no bairro há um reservatório. "Sempre vejo caminhões-pipa com placa de Sorocaba e Itu retirando água do local", afirma.
Problema em bombas
A Águas de Votorantim informou, em nota, que a falta de água nos bairros citados está ocorrendo devido a um problema mecânico nas bombas da ETA Central, que abastecem os reservatórios localizados na Vila Irineu, Vila Nova, Vila Garcia e Rio Acima. Segundo a concessionária, a população desses bairros foi e continua sendo informada do problema por meio de carro de som. Conforme a autarquia, equipes de manutenção estão trabalhando ininterruptamente para resolver o problema e a previsão para normalização no abastecimento é até a manhã de hoje.
De acordo com informações da nota à imprensa, o racionamento não está sendo realizado em Votorantim, pois o município não sofre com a falta de água em seus mananciais. Porém, a concessionária salienta que é necessário evitar o desperdício para não ocasionar problemas futuros. A Águas de Votorantim informa, ainda, que detém apenas a concessão para abastecer Votorantim, portanto, não está disponibilizando água para qualquer outro município. (Supervisão: Armando Rucci Filho)
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