quarta-feira, 16 de maio de 2018

Empresa de reciclagem recolhe quase 600 mil bitucas por mês

Jornal Cruzeiro do Sul
Regina Helena Santos

Total reciclado não representa nem 1% dos resíduos produzidos - PEDRO HENRIQUE NEGRÃO / ARQUIVO JCS (3/8/2011)
 

Em seis cidades do interior de São Paulo, um total de 575 mil bitucas de cigarro deixam, mensalmente, de ser descartadas de forma incorreta e contribuírem para a poluição do meio ambiente, para serem recicladas e virar celulose. O trabalho é feito pela Poiato Recicla, por meio de cerca de mil caixas coletoras, e, segundo o empresário Marcos Poiato, o resultado -- que corresponde a 230 quilos mensais -- não representa nem 1% de toda a quantidade de restos de cigarros produzida. 

Segundo Poiato, as bitucas de cigarro são materiais altamente poluentes, tanto por sua composição como por serem tóxicas. A Poiato Recicla começou a atuar em 2010, a partir da cidade de Votorantim, e até hoje se mantém, segundo seu fundador, como pioneira neste trabalho, a partir de uma patente registrada de um sistema de reciclagem desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília. 

Poiato atua na área desde 2010 - ERICK PINHEIRO

O trabalho começou com 30 caixas espalhadas pelo município vizinho, que naquela ocasião conseguiam recolher cerca de oito quilos por mês. "O que existia de resistência, lá atrás, hoje estamos vendo o contrário. Hoje são as empresas, as instituições, que nos procuram. Bares e restaurantes já abrem as portas tendo a caixa coletora", conta Poiato, ressaltando que, há alguns anos, o trabalho era criticado por possivelmente estimular o consumo de cigarro e por seu custo. "É uma responsabilidade social. Retiramos o material, fazemos a limpeza das caixas e reciclamos. Antes, tudo o que se falava sobre cigarro era em relação à saúde. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que o cigarro não faz mal só para a saúde, mas também para o meio ambiente." 

Compensação 

Poiato conta que as caixas coletoras hoje estão presentes, além de Votorantim, em Campinas, Ilhabela, Boituva, Laranjal Paulista e Sorocaba. Nesta, inclusive, ele destaca que o material é recolhido em resposta a iniciativas privadas, mas que as caixas já chegam às ruas também por ações governamentais. "Uma grande indústria precisou fazer uma compensação ambiental e, para isso, fez um acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, que aceitou a instalação de 130 caixas na cidade para essa compensação." Após recolhido, o material é encaminhado para a usina de reciclagem, instalada em Votorantim, onde as bitucas são processadas e viram massa de celulose, que é doada para instituições e escolas, que com esse material fazem um trabalho de inclusão social e geração de renda.


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