segunda-feira, 28 de maio de 2018

Sorocabano segue em busca de combustível

Jornal Cruzeiro do Sul
Ana Claudia Martins

Houve quem enfrentasse fila com galão - FÁBIO ROGÉRIO

Os sorocabanos passaram a segunda-feira (28) enfrentando filas e esperando por até quatro horas para conseguir abastecer nos poucos postos que tinham recebido combustível. Em alguns, só havia etanol; em, outros, só gasolina. Muitos consumidores desembolsaram R$ 4,99 pelo litro da gasolina, podiam colocar no máximo R$ 100 e tinham que pagar em dinheiro. Havia também muitas pessoas na fila com galões, mas com venda limitada a cinco litros de gasolina.
O Procon Sorocaba informou que autuou um posto na avenida Dom Aguirre por vender gasolina a preço abusivo e orienta a população a fazer denúncia e pedir nota fiscal. Já o coronel Antônio Valdir Gonçalves Filho, comandante do Comando de Policiamento do Interior (CPI-7) pediu calma e disse que viaturas da Polícia Militar estão fazendo escolta de caminhões para trazer combustível para os postos de Sorocaba, Votorantim e Araçoiaba da Serra. Contudo, o presidente do Sincopetro Regional de Sorocaba, Jorge Marques, disse que a situação na cidade permaneceu precária e apenas casos pontuais de recebimento de combustível foram registrados.
Segundo Marques, a situação só deve melhorar se a paralisação dos caminhoneiros realmente chegar ao fim. Porém, ele acredita que a normalização nos postos da cidade só irá ocorrer no prazo de uma semana ou mais, assim que o combustível começar a chegar. "Haverá acúmulo de caminhões para carregar e eles têm uma capacidade de carregamento." A dificuldade no momento, ele avalia, envolve também a questão de segurança. "Algumas distribuidoras não fazem o carregamento sem escolta, pois estão receosas, recebendo ameaças. O Estado precisa ter uma atuação mais firme em relação a essa segurança."
Marques afirmou que até os donos dos postos estão temerosos em pedir combustível, com medo que haja tumulto ou invasão. "O prejuízo está sendo enorme, esse mês trabalhamos praticamente 20 dias e temos compromissos mensais por 30", comentou, ressaltando que em 35 anos no mercado nunca presenciou situação semelhante.
Diante da escassez de combustíveis na cidade, os aplicativos de celular e as redes sociais foram amplamente utilizados para passar informações sobre o recebimento do produto em determinado posto. E teve quem só conseguiu abastecer depois de esperar quatro horas.
O vendedor Alexandre Fernandes, 46 anos, chegou ao posto por volta das 8h e só obteve combustível às 10h30. Ele achou o preço da gasolina caro, mas como só havia esse produto resolveu não arriscar. "O carro não tem mais combustível e preciso para trabalhar", disse.

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