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No começo de 2018 houve correria aos postos de saúde em busca da vacina; mas agora a procura é baixa e a vacina acaba se estragando.
Postos de saúde no interior de São Paulo estão jogando no lixo doses de vacina contra a febre amarela. Falta procura mesmo com o aumento no número de casos da doença.
O Diego teve febre amarela em janeiro e ainda sente as consequências da doença.
O último levantamento do Ministério da Saúde mostra que, em um ano, 1.266 pessoas tiveram febre amarela em todo país e 415 morreram.
Quase todos os casos foram registrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No estado de São Paulo, do começo de 2018 até agora, 537 pessoas tiveram febre amarela. Esse número já é cinco vezes maior do que o registrado em todo o ano de 2017. Em 2017 foram pouco mais de cem casos.
No começo de 2018 teve correria e enormes filas em busca da vacina nos postos de saúde. Mas em muitas cidades a meta ainda não foi atingida. Em Votorantim está sobrando vacina na geladeira dos postos de saúde e muitas vão para o lixo.
“É uma pena porque você não consegue dez pessoas para tomar a vacina na mesma manhã e, após aberto o frasco, ele dura mais ou menos seis horas”, explica Nila Puglia, diretora de Vigilância em Saúde de Votorantim.
Os sintomas da febre amarela são parecidos com os de outras doenças: febre alta, dor de cabeça, fraqueza e dores no corpo. Mas a doença pode evoluir rapidamente.
“Nas formas graves, a pessoa, depois do quadro inicial de febre começa a apresentar icterícia, ficar com a pele amarelada, o branco dos olhos amarelado, começa a ter náuseas, vômitos, confusão mental, os rins param de funcionar. Então começa a ter um quadro de hepatite muito grave”, diz o infectologista Fernando Ruiz.
Aparecido Ferraz tinha 58 anos e morava na zona rural de Piedade, no interior de São Paulo. A família conta que, mesmo depois da confirmação da febre amarela na região, ele se recusou a tomar a vacina contra a doença.
“Foi muito rápido. A gente não esperava que um mosquitinho assim pudesse, em menos de dez dias, tirar a vida de uma pessoa”, disse Graziele Ferraz, sobrinha do Antonio.
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