sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Postos de saúde do interior de SP jogam fora vacinas de febre amarela

Jornal Nacional
RedeGlobo

No começo de 2018 houve correria aos postos de saúde em busca da vacina; mas agora a procura é baixa e a vacina acaba se estragando.



Postos de saúde no interior de São Paulo estão jogando no lixo doses de vacina contra a febre amarela. Falta procura mesmo com o aumento no número de casos da doença.

O Diego teve febre amarela em janeiro e ainda sente as consequências da doença.

O último levantamento do Ministério da Saúde mostra que, em um ano, 1.266 pessoas tiveram febre amarela em todo país e 415 morreram.

Quase todos os casos foram registrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No estado de São Paulo, do começo de 2018 até agora, 537 pessoas tiveram febre amarela. Esse número já é cinco vezes maior do que o registrado em todo o ano de 2017. Em 2017 foram pouco mais de cem casos.

No começo de 2018 teve correria e enormes filas em busca da vacina nos postos de saúde. Mas em muitas cidades a meta ainda não foi atingida. Em Votorantim está sobrando vacina na geladeira dos postos de saúde e muitas vão para o lixo.

“É uma pena porque você não consegue dez pessoas para tomar a vacina na mesma manhã e, após aberto o frasco, ele dura mais ou menos seis horas”, explica Nila Puglia, diretora de Vigilância em Saúde de Votorantim.

Os sintomas da febre amarela são parecidos com os de outras doenças: febre alta, dor de cabeça, fraqueza e dores no corpo. Mas a doença pode evoluir rapidamente.

“Nas formas graves, a pessoa, depois do quadro inicial de febre começa a apresentar icterícia, ficar com a pele amarelada, o branco dos olhos amarelado, começa a ter náuseas, vômitos, confusão mental, os rins param de funcionar. Então começa a ter um quadro de hepatite muito grave”, diz o infectologista Fernando Ruiz.

Aparecido Ferraz tinha 58 anos e morava na zona rural de Piedade, no interior de São Paulo. A família conta que, mesmo depois da confirmação da febre amarela na região, ele se recusou a tomar a vacina contra a doença.

“Foi muito rápido. A gente não esperava que um mosquitinho assim pudesse, em menos de dez dias, tirar a vida de uma pessoa”, disse Graziele Ferraz, sobrinha do Antonio.

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