Imigrantes foram encontrados no interior de SP durante investigação a empresário suspeito de tráfico de pessoas em Roraima. Operação da Polícia Federal prendeu empresário em Boa Vista. Ele é suspeito de aliciar venezuelanos em Pacaraima.
Três venezuelanos foram encontrados em situação análoga à escravidão em uma casa em Votorantim (SP). Eles foram encontrados durante uma investigação da Polícia Federal de Roraima contra o tráfico de pessoas no Norte do país.
De acordo com a Polícia Federal, um empresário foi preso em Boa Vista (RR), na quarta-feira (18), suspeito de submeter adultos e adolescentes venezuelanos a trabalho escravo e aliciar mulheres para tráfico humano com fins de exploração sexual.
Segundo a PF, diligências foram feitas em Votorantim, cidade onde o empresário investigado tem um imóvel. O endereço não foi divulgado.
De acordo com as investigações, o empresário pode ter mantido até 40 trabalhadores venezuelanos em condições análogas à de escravo na construção civil e em conjunto aliciado estrangeiras para se prostituírem em Roraima.
A PF informou que há indícios de que vítimas de ambos os crimes seriam enviadas para os estados de São Paulo, Amazonas e Mato Grosso em um esquema de tráfico humano, conforme as investigações.
O caso foi descoberto após trabalhadores conseguirem escapar e denunciar o caso às autoridades em Pacaraima. Eles prestavam serviços na construção civil e eram proibidos de se ausentar do canteiro de obras.
Alguns relataram não receber salários enquanto eram obrigados a ter jornadas de 12 horas por dia, sem direito a dias de descanso. Outros ganhavam R$ 10 por dia, valor que chegava a apenas R$ 5 no caso dos adolescentes que também eram impedidos de ir à escola.
Além de receberem alimentação precária e viverem em barracos improvisados sem banheiro, as vítimas, que praticamente já não tinham salários, recebiam descontos no pagamento pelo fornecimento de água, que não era potável, e energia elétrica, que também não era fornecida.
As vítimas também relataram ser coagidas pelo empresário a irem a outros estados do país para trabalhar nas mesmas condições de escravidão, bem como para fins de exploração sexual no caso das mulheres.
Na casa do empresário, em Roraima, a PF apreendeu documentos que ele usava para formalizar as contratações irregulares e impor penalidades como multas por danos e furto de ferramentas além de proibições como se ausentar do trabalho por mais de 40 minutos.
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