segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

RIO SOROCABA - Estudo analisa migração de peixes

 Notícia publicada na edição de 30/01/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno A -
Giuliano Bonamim



Trabalho de alunos da Unip já identificou 35 espécies no trecho urbano de Sorocaba

 Exemplares são pesados, medidos e têm o sexo identificado - Por: Emídio Marques

 Estudos são feitos desde setembro, em dois pontos do rio - Por: Emídio Marques


A migração dos peixes no rio Sorocaba é tema de uma pesquisa feita por estudantes de Biologia da Universidade Paulista (Unip). O trabalho já identificou a existência de 35 espécies no trecho urbano do município, que corresponde a aproximadamente 12 quilômetros do curso da água. Cinco delas nadam contra a correnteza durante o processo de reprodução, entre novembro de março, para desovarem na região próxima à cachoeira da Chave, em Votorantim.

Os peixes migratórios identificados pelos pesquisadores são as tubaranas, os canivetes, piaus e duas espécies de curimbatás. "A existência dessas espécies é um indicador da qualidade do rio", diz o biólogo Welber Smith, coordenador da pesquisa na Unip e integrante da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) de Sorocaba. Segundo ele, o objetivo desse trabalho é verificar principalmente o comportamento dos peixes. "Esses exemplares costumam sair do rio Tietê, por ser mais poluído, e entrar no rio Sorocaba para o processo de desova. Isso é uma mostra da boa qualidade do rio Sorocaba, pois revela a existência de alimentos e de boas condições para os peixes migratórios.", diz.

O resultado parcial dessa pesquisa já revela um dado importante para o rio Sorocaba. De acordo com Smith, a variedade de espécies mostra que não há a necessidade imediata de repovoar o curso d"água no trecho urbano da cidade. "Isso porque a nossa estimativa é de haver cerca de 50 espécies por esta região", comenta o biólogo. Os estudos são feitos desde setembro do ano passado, uma vez por semana, em dois pontos do rio Sorocaba com forte correnteza: um fica na cachoeira dos Guimarães, em Votorantim, e outro na antiga Usina San Juan, em Cerquilho. "São locais onde podemos analisar o amadurecimento dos órgãos reprodutores dos exemplares capturados, que ficam mais desenvolvidos durante a migração", comenta Andréia Portella, 24 anos, participante do projeto.

Uma das coletas dos peixes foi feita na última segunda-feira na cachoeira dos Guimarães. Coube ao estudante Anderson Arsentales, 21, fazer a retirada dos exemplares do rio com a ajuda de uma tarrafa. Durante a manhã, a rede capturou diversos lambaris, com média de 10 centímetros de comprimento e 24 gramas de peso. "Mas já pegamos um curimbatá de 40 centímetros", diz Andréia. O processo de catalogação dos peixes foi conduzido pela estudante Renata Biagioni, 24, também aluna de Biologia da Unip de Sorocaba. Os exemplares foram pesados, medidos e tiveram o sexo identificado nas margens do rio antes de voltarem para a água. Os dados foram registrados em um caderno e cada exemplar foi identificado com miçangas presas na região dorsal.

Toda a pesquisa é patrocinada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com a parceria da Sema, da Unip e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba. O próximo passo é iniciar a reprodução em cativeiro dos peixes existentes no rio e, futuramente, transferir os exemplares de volta ao habitat natural. "Dessa forma teremos sempre espécies já existentes no rio", relata Smith.
 


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