Gazeta de Votorantim
Benjamim Pesce
Morador
do Centro afirma que resolve as necessidades caminhando
Nelsinho Toledo observa residencias no Centro
Por Benjamim Pesce
O melhor lugar para viver. É assim que Nelson Toledo Filho, 52 anos, define o Centro de Votorantim. Morador da região desde quando nasceu, afirma que não troca o local por nada “Ainda não surgiu nenhuma oportunidade para eu me mudar, mas jamais iria para um condomínio, onde não tem nada perto. Quero ficar por aqui o resto da minha vida. A rua é sossegada, consigo dormir bem. Não tem algazarra. Como tem muitas árvores, consigo ouvir o cantar dos pássaros”.
Próximo de tudo
Professor de matemática na escola Daniel Verano, Nelson conta que vai a pé para o trabalho. “Eu não dirijo. Mesmo se dirigisse, não haveria necessidade de usar um carro, já que moro a cinco minutos da escola e quando preciso fazer algo, faço caminhando. Estou próximo de tudo. Sempre foi assim. No meu outro emprego, quando trabalhava no banco, ia a pé”.
Mudança radical
Segundo o morador, a expansão do Centro aconteceu muito rapidamente, o que causou um susto em quem mora nas proximidades. “O Centro se desenvolveu rápido demais desde o começo deste século. Os comércios não estão apenas na Avenida 31 de Março, invadiram as ruas perpendiculares. Isto causou transtornos para nós, já que deixamos de pagar IPTU residencial e passamos a pagar comercial. Isso se deve ao fato de quase não haver mais moradores, já que quando algum morre, os herdeiros acabam vendendo o imóvel para alguém que queira montar uma loja”.
Algumas necessidades
Nelson acredita que por mais que tenha ampliado, o Centro continua deficitário em algumas áreas. “Não há uma padaria de alto padrão na Avenida 31 de Março. As melhores estão nos bairros. Também não existe nenhum restaurante que atenda a noite. Não há vida noturna. Gostaria também que a atual administração cuidasse mais da beleza no Centro, que está abandonado. O rio precisa ser limpo. As margens precisam ser capinadas. A cidade não está bonita”.
Boas e más lembranças
Morar no Centro desde que nasceu rendeu algumas histórias para o morador. “Da infância, lembro de ir brincar com os amigos no Icatu e no jardim Paraíso. Lá tinha muitas pedreiras e era tranquilo demais. Só que eles casaram e se mudaram de cidade. Não ficou ninguém por aqui. Recordo que a festa junina era na Praça de Eventos, mesmo com ela sendo de terra. Trabalhava de garçom e ajudava nos restaurantes beneficentes. Sempre foi divertido e unia as pessoas. Um fato que não gosto de rememorar foi a enchente de 1982. Eu estava indo para Sorocaba, esperando um ônibus, quando começou a enchente. Metade da 31 de Março ficou alagada. Várias pessoas morreram. Graças a Deus minha casa não foi atingida por estar na parte alta do bairro”.

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