domingo, 8 de dezembro de 2013

Vilas operárias eram verdadeiras famílias

Notícia publicada na edição de 08/12/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 016 do caderno A

 Maria Aparecida Mendes Mariz - LUIZ SETTI


"Costumo dizer que a Santa Helena é minha 'cidade natal'", confessa a votorantinense Maria Aparecida Mendes Mariz, de 50 anos. Nascida no ano da emancipação do município e filha de um dos empregados da fábrica de cimentos Votorantim, a funcionária pública lembra com saudade da infância passada na vila que, na época, já era bairro de Votorantim. "Éramos uma verdadeira família. No fim do ano, as pessoas deixavam as portas abertas para que os moradores desejassem felicidades uns aos outros", comenta. Apesar de avaliar como positivo o desenvolvimento pelo qual a cidade passou no último meio século, a moradora fala sem dúvidas sobre o passado: "Foi a melhor época da minha vida", acredita.

Maria morou até os sete anos no bairro Santa Helena e depois a família se mudou para uma das mais conhecidas ruas do centro, a Paula Ney. O pai, porém continuou a trabalhar na fábrica. Vindo do Rio Grande do Norte, conta, "ele dava o sangue pela empresa". "Ele veio para cá em busca de emprego e honrou isso. Meus irmãos, inclusive, tinham que levar a marmita dele lá no portão da fábrica", afirma. A mãe dela, por sua vez, ficava em casa para cuidar dos dez filhos. "Eu sou a primeira mulher de sete irmãos homens", justifica ela ao contar a criação rígida que teve. "Nunca cheguei a frequentar os bailes e poucas vezes fui ao cinema que tinha na cidade", ressalta. Até hoje, Maria mora na casa do Centro e afirma não querer sair de Votorantim. "É claro que a cidade tem seus problemas, mas toda a minha história aconteceu aqui", finaliza. (S.S.)

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