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Viktor Raphael
Um dos maiores nomes da música eletrônica nacional, Alok nos recebeu na Festa Junina de Votorantim e falou sobre sua carreira, lançamentos e Tomorrowland.
Goste você ou não, hoje ele é um dos, se não o maior nome da música eletrônica nacional. Com uma agenda lotada de shows, uma legião de fãs, hit atrás de hit, milhões de plays Spotify ou views no Youtube, Alok mudou o cenário pop/eletrônico do Brasil e sua carreira internacional é cada vez maior.
Encontramos com Alok num evento não tão eletrônico assim, a Festa Junina de Votorantim, considerada a maior festa junina do Estado de São Paulo. Pela primeira vez desde o início da Festa Junina, que recebeu nomes como Marília Mendonça, Wesley Safadão e até mesmo Anitta, a arena de shows teve SOLD OUT e claro, questionamos o DJ sobre tal feito, sobre ser um dos pioneiros em levar a música eletrônica pra eventos não segmentados:
“Eu fui louco né? Um dos primeiros loucos a trazer a música eletrônica pra eventos assim, como essa Festa Junina, um evento não eletrônico. Na verdade, a minha música que deixou de ser segmentada no nicho eletrônico e teve mais abrangência. A minha música chegou primeiro e eu vim depois. A música não tem que ter paradigmas ou barreiras, se as pessoas querem consumir, eu vou atrás. No começo, logicamente, eu cheguei a ficar mais receoso quando ia tocar em eventos mais segmentados ao sertanejo, por exemplo, mas hoje em dia eu me sinto muito mais confortável e até tenho tocado mais nesse tipo de evento, no que nos eletrônicos propriamente dito e é legal ver o público lotar uma arena dessas.”
O Alok ficou conhecido nacionalmente quando foi o grande pioneiro e um dos, podemos dizer assim, embaixadores do Brazilian Bass, gênero que dominou o país. Os fãs antigos do DJ e até alguns haters, criticam essa mudança musical, já que Alok começou tocando trance ainda muito novinho com o irmão Bhaskar, passou pra algo mais underground, chegou no Br Bass e hoje, seus sets são uma grande mistura de EDM com seus hits, um set inesperado que presenciamos em Votorantim:
“É engraçado como nós vamos caminhando, nós passamos por ciclos. Eu comecei lá atrás no psytrance, depois passei pro Deep House, Techno e ai eu comecei a fazer o Brazilian Bass e hoje estou indo pra uma caminho mais EDM, posso dizer assim, mas diferente. Claro que toco alguns clássicos, como Split U do Tiesto, This Girl do Kungs e Turn Up The Speakers do Afrojack e Martin Garrix, mas eu procuro sempre fazer mashups, remixes, de uma forma que essa EDM fique mais atualizada. Eu não gosto de ficar parado, como eu disse, são ciclos. Eu não tenho uma ancora em mim, eu tenho raízes que me alimentam, mas não fico estagnado. Meu set hoje está bem versátil, tem a pegada EDM, o Br Bass, tem POP, Reggaeton, Funk, mas sempre misturado com música eletrônica.”
Falando sobre os ciclos e gêneros que vão e voltam, Alok também comentou sobre esse retorno do psytrance aos holofotes do público mais mainstream, tanto que recentemente, ele se juntou a Armin van Buuren, Vini Vici e Zafrir Ifrach para uma colaboração um tanto quanto inusitada, que será lançada no dia 3 de agosto e que já é um grande sucesso de seus sets:
“Nós, como artistas, sempre temos trabalhos paralelos e essa colaboração é um desses trabalhos. Hoje eu estou focado mais na música, no mercado POP, mas é sempre bom ter aquilo que chamamos de Club Music, as músicas pra clubs, pistas de dança. A música que fiz com o Armin, Vini Vici e Zafrir não é uma música pra ficar tocando na rádio e sim, pra ser consumida em festas, mesma coisa que acontece com Fuego, BYOB, que são essas músicas paralelas ao trabalho. Temos que ter as músicas POP, pra rádio, por exemplo, mas também temos que ter as músicas pra pista.”
Claro que Alok, mesmo dizendo fazer mais eventos não eletrônicos, estará presente naquele que é considerado um dos maiores e melhores eventos eletrônicos do mundo, o Tomorrowland:
“Este ano eu tocarei em dois palcos do Tomorrowland. Eu toco no V-Sessions, palco do Yves V, no dia 27 de julho, sexta-feira e também toco com o Armin no Mainstage no dia 28, mas esse não posso dar muitos detalhes. Para o set do V-Session, que é o que posso dizer, vou fazer bastante coisa nova, já que os sets que toco no Brasil são bem diferentes dos que faço no exterior, mas sempre com a mesma identidade. Aguardem!”
Fotos por: Eimagec
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